O que é o Pré-Milenismo? É a corrente
escatológica que defende que o Milênio é antecedido pela segunda vinda de
Cristo, que o inaugura. Divide-se em pré-milenismo histórico (clássico) e pré-milenismo
dispensacionalista. O Pré-milenismo contrapõe-se como visão escatológica ao Amilenismo,
que defende que a segunda vinda de Cristo se dará após o milênio.
Este modesto estudo abordará apenas as
visões pré-milenista histórica e amilenista, e não tem a pretensão de ser a
palavra final sobre o assunto, pois esta pertence ao Senhor Jesus Cristo.
DIVERGÊNCIAS
E CONVERGÊNCIAS ENTRE O PRÉ-MILENISMO HISTÓRICO E O AMILENISMO
Tanto o Pré-milenismo histórico quanto
o Amilenismo acreditam numa segunda vinda de Cristo sobre a terra, e ambas as
correntes acreditam que haverá uma ressurreição, literal, de justos e injustos,
bem como o arrebatamento da igreja. Ambas as correntes são pós-tribulacionistas
(ou seja, a igreja está na grande tribulação). O ponto central da divergência
parece residir na interpretação de apocalipse 20, versículo quatro, no que diz
respeito à ressurreição que antecede o milênio. Eis a passagem:
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e
foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados
pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta,
nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante
mil anos. (Apocalipse 20:4)
Na visão pré-milenista histórica, após
a grande tribulação, onde a igreja será perseguida e muitos serão mortos pelo
testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, ocorrerá a segunda vinda de Jesus
Cristo. Os mortos em Cristo então ressuscitarão primeiro; depois, os que
estiverem vivos, serão arrebatados (1 Ts 4:16-17). Os salvos em Cristo,
ressurretos na primeira ressurreição, reinam com o Senhor no milênio. A
ressurreição dos demais se dá após o milênio, onde o último inimigo, a morte, é
derrotado em definitivo (Ap 20.14).
Na visão amilenista, a ressurreição
dos mártires é simbólica. Parte da perspectiva dos mártires do primeiro século,
sendo os mil anos um simbolismo da fase terrestre do Reino de Deus, desde a
queda de Roma até a vinda de Cristo. Para Santo Agostinho e muitos outros, os
“mil anos” se iniciam com a ressurreição de Cristo, a primeira ressurreição
(cf. comentários de A Bíblia de Jerusalém). Os mártires já reinam com Cristo
nos céus, a espera do dia da ressurreição literal, pois o poder de Satanás sobre
os mesmos cessou. Os salvos, então, aguardam o final do milênio, quando
ocorrerá a segunda vinda de Jesus Cristo, onde todos os mortos serão
ressuscitados, e a morte será em definitivo destruída.
DEFENSORES
DO PRÉ-MILENISMO HISTÓRICO E DO AMILENISMO
Embora o pré-milenismo histórico tenha
sido a posição dominante dos pais da igreja, (séculos I a IV), o amilenismo
ganhou força principalmente com Santo Agostinho, sendo o pensamento
predominante na igreja católica e nas principais denominações do chamado protestantismo
histórico (calvinismo e luteranismo).
Todavia, ambas as correntes são
engrossadas por expressivos nomes, o que sugere que uma conclusão sobre o
assunto não é tão simples como alguns afirmam.
Como defensores do pré-milenismo
histórico temos, dentre os pais da igreja, Justino de Roma, Irineu de Lion,
Tertuliano, Papias, que foi discípulo do apóstolo João, e outros. Dentre os
reformadores temos William Tyndale, muitos dos anabatistas e outros durante a
Reforma Protestante. Entre os puritanos, podem ser citados William Twisse,
Thomas Goodwin, William Bridge, Jeremiah Burroughs, Cotton Mather. Entre os Batistas,
Benjamin Keach, John Gill. Dentre os pietistas alemães, Phillip Jakob Spener,
Johann A. Bengel. Dentre os avivalistas, Charles Wesley, Augustus Toplady,
Andrew Murray, Horatius Bonar, C. H. Spurgeon. Entre os teólogos contemporaneous,
Oscar Cullmann, Russel Shedd, George Eldon Ladd, Wayne Grudem, R. K. McGregor
Wright e Millard Erickson, e ainda, Robert Gundry e Douglas Moo.
Como defensores do amilenismo, além do
citado Santo Agostinho, temos Eusébio de Cesaréia, Hipólito de Roma, Martinho
Lutero, João Calvino, Richard Baxter. Dentre os teólogos contemporâneos, podem
ser citados Jay Adams, Louis Berkhof, John Stott, Martin Lloyd-Jones, William
Hendriksen, Abraham Kuyper, Herman Bavinck, Leon Morris e Anthony Hoekema.
HERMENÊUTICA
ESCATOLÓGICA
Tanto pré-milenistas como amilenistas reclamam
que uma escorreita interpretação deve partir de passagens bíblicas claras para
passagens bíblicas menos claras, de textos específicos para textos menos
específicos. As Escrituras interpretam as próprias Escrituras. E uma regra
básica de hermenêutica é que não existem palavras inúteis num texto.
Quando a divergência principal entre o
pré-milenismo e o amilenismo reside em situar o milênio, bem como a
ressurreição dos mortos e o juízo final, no espaço e no tempo, deve-se partir
das passagens bíblicas que expressamente situam os eventos como antecedentes/precedentes e subsequentes, para, a partir destas passagens, interpretar-se as demais.
FALHAS
NA INTERPRETAÇÃO AMILENISTA
Partindo da premissa de que os textos
bíblicos que melhor servirão para interpretação dos demais textos bíblicos, no
que diz respeito ao milênio, são aqueles que trazem, em si, uma expressa ideia de
sequência, a interpretação amilenista não parece ser a mais adequada.
A título de exemplo, tome-se a
passagem de 1 Tessalonicenses 4, versículo 17, quando o Apostolo Paulo diz: “e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos
vivos, seremos arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim
estaremos sempre com o Senhor”.
Referida passagem situa no espaço e no
tempo a ressurreição dos que morreram em Cristo e o arrebatamento da igreja. A
ressurreição dos salvos é anterior ao arrebatamento. Ainda que se trate de
eventos imediatamente subsequentes, e dentro do mesmo dia (Dia do Senhor), o
Apóstolo fez questão de frisar que os mortos em Cristo terão prioridade sobre
os vivos.
A mesma linha de raciocínio deve ser
aplicada no que diz respeito ao milênio. E o capítulo 19 de Apocalipse parece
dar a chave para as demais interpretações.
O capítulo 19 de Apocalipse
induvidosamente narra a segunda vinda de Cristo. Jesus, gloriosamente, surge no
céu aberto, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem
ao seu evangelho. É neste momento, qual seja, a segunda vinda de Cristo, que a
besta e o falso profeta são derrotados e lançados
no lago de fogo.
Partindo-se da perspectiva amilenista
de que Satanás estaria preso desde a ressurreição de Cristo, sua derrota
definitiva deveria se dar por ocasião da segunda vinda de Cristo. Se Satanás
foi solto momentos antes da segunda vinda de Cristo para enganar as nações, a
besta, o falso profeta, os seus seguidores e o próprio diabo deveriam ser
lançados, todos juntos, no mesmo momento, no lago de fogo e enxofre.
Todavia, quando Satanás é finalmente
lançado no lago de fogo, lá já se
encontram não só a besta, como também o falso profeta. Apocalipse 20.10 diz: "O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta, como também o falso profeta [...]." Ora, o texto
expressamente afirma que a besta e o falso profeta serão lançados no lago de
fogo antes do dragão, Satanás. Como dito alhures, não existem palavras inúteis
num texto. Se o apóstolo quis situar o castigo eterno do diabo após o castigo
eterno da besta e do falso profeta, algum propósito viu nisso. O castigo da
besta e do falso profeta é situado no passado, enquanto o de Satanás, no futuro.
Se partirmos da premissa de que
Satanás foi preso por ocasião da ressurreição de Cristo, e que será solto
momentos antes da segunda vinda de Cristo, não se explica porque a besta e o
falso profeta já se encontram no lago de fogo. A perspectiva preterista não se
encaixa, pois o capítulo 19 inequivocamente narra que a derrota da besta e do
falso profeta se dará na segunda vinda de Cristo.
Uma interpretação simbólica da derrota
da besta e do falso profeta também não parece minimamente razoável. No capítulo
19 de apocalipse, o anjo convoca as aves do céu para a ceia de Deus, que
consiste nos cadáveres dos adoradores da besta e do falso profeta. Aqui não há
simbolismo. Jesus Cristo afirmou (Lc 17:35), “onde estiver o cadáver, ai se ajuntarão os abutres”, referindo-se ao
dia do arrebatamento e sua gloriosa vinda.
Em Atos 1, versículo 11, anjos afirmam
que da mesma forma que Jesus ascendeu aos céus, ele voltaria, ou seja,
literalmente, e com poder e muita glória. Se Jesus Cristo voltará literalmente,
não faz sentido que seus inimigos sejam derrotados simbolicamente, e em algum
momento antes da segunda vinda de Cristo.
E sendo Satanás lançado no lago de
fogo apenas depois do castigo eterno da besta e do falso profeta, em que
momento ele reuniria as nações dos quatro cantos da terra para um segundo
combate escatológico, se os próprios amilenistas partem do pressuposto de que,
no capítulo 19, todos os inimigos de Deus são exterminados para sempre? Quem
restaria para o diabo amealhar contra o santo arraial?
A
PERSPECTIVA PRÉ-MILENISTA DOS PRINCIPAIS ARGUMENTOS AMILENISTAS
a)
Todo poder me
foi dado nos céus e na terra.
Um dos principais argumentos do
amilenismo é de que Jesus, após sua ressurreição, afirmou: “todo o poder me foi dado no céu e na Terra”
(Mt 28.18).
Referida declaração, na visão
amilenista, sustentaria a ideia que o milênio se iniciou com a ressurreição de
Cristo, pois a partir dali a igreja estaria reinando com ele sobre a Terra, a
partir dos corações dos homens, e com os mártires no céu.
Para melhor compreender a declaração
de Jesus, faz-se salutar memorar a sua tentação no deserto (Mt 4:1-11 e Lc
4:1-13). Satanás oferece a Jesus Cristo todos os reinos do mundo e a glória
deles, mas Jesus declina. Qual a razão? Seria simplista demais dizer que Cristo
recusou a oferta por causa da condição do diabo, de adorá-lo. Na verdade, a
tentação era iniciar o Reino sem a cruz, e se Jesus o fizesse, estaria indo
contra a vontade do Pai, e curvando-se à vontade de Satanás.
O reino dos céus, assim, passou a ser
proclamado com a primeira vinda de Cristo, e
antes mesmo da crucificação e ressurreição, Jesus declarara que o reino
estava entre os homens (Lc 17.21). Mas antes da cruz, Cristo não possuía todo
poder e autoridade para instaurar o reino sobre a terra, como quis Satanás,
pois sendo o reino dos céus eterno, necessário se fazia salvar o pecador, para
que o mesmo pudesse herdar o reino. O poder sobre a morte foi conquistado
apenas na cruz, e apenas a partir dali o reino poderia ser instaurado por
Cristo.
Assim, o fato do reino de Deus já
estar entre os homens não implica afirmar o início do milênio. Tampouco o fato
de Jesus possuir todo o poder e autoridade, se ele apenas a exercerá em sua
plenitude por ocasião de sua segunda vinda, quando a própria corruptibilidade
se revestirá de incorruptibilidade, e o mortal se revestirá de imortalidade.
Jesus Cristo quando veio ao mundo, na
realidade, plantou a semente do reino dos céus para o tempo da colheita, que
será na sua segunda vinda. Quando a seara da terra amadurecer (Ap 14:16),
completar-se o número dos salvos (Ap 6.11), e a última trombeta soar (1 Co 15:52), haverá no céu grandes
vozes anunciando o reino de Cristo, literal, sobre a terra.
“E o sétimo
anjo tocou a sua trombeta (sétima trombeta), e houve no céu grandes
vozes, que diziam: Os reinos do mundo
vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”.
(Apocalipse 11:15)
Assim, quando em Lucas 17, versículos
20 e 21, os fariseus interrogam a Cristo acerca da vinda do reino de Deus, e
Jesus declara que o reino não vem com visível aparência, mas já estava entre
eles, afirmava aos fariseus que Sua pessoa e obra já estavam atuando em meio
deles. Nesta mesma passagem (Lc 17.20-37), Cristo fala de sua segunda vinda, visível para todos, e repentina
para os incrédulos, que não receberam o reino de Deus em seus corações quando o
mesmo ainda não era visível, e não poderão reinar com Ele em sua vinda.
É o que Jesus ensina claramente na
parábola do grão de mostarda (Mateus 13:31-32).
Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos
céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu
campo; O qual é, realmente, a menor
de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se
uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.
E também na parábola do fermento (Mateus
13:33)
Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é
semelhante ao fermento, que
uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja
levedado.
No livro de Marcos encontra-se a
parábola da semente (Mc 4:26-29), não encontrada nos outros evangelhos, e é
seguida pela parábola do grão de mostarda (Mc 4:30-32), que também é encontrada
nos evangelhos de Mateus e Lucas. Eis a passagem:
E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem
lançasse semente à terra. E dormisse,
e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não
sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a
erva, depois a espiga, por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice, porque
está chegada a ceifa.
A parábola, assim como as outras
citadas, fala do crescimento imperceptível da Palavra semeada no coração dos
homens e no mundo. O clímax vem no fim, com a segunda vinda de Cristo. O reino
de Deus começa sem visível aparência, mas no dia do Senhor, se manifestará
glorioso, iniciando-se o milênio. Cristo reinará com sua igreja quando o reino (já
iniciado) estiver pronto (amadurecida a seara da terra).
b)
Como pode
alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo?
Apocalipse 20, versículos 2 e 3,
declaram:
Ele prendeu
o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o
encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os
mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.
Na perspectiva amilenista, o
aprisionamento de Satanás deve ser entendido como uma limitação ao agir do
diabo sobre a vida dos homens. Cristo veio ao mundo para desfazer as obras do
diabo (1 Jo 3:8), ocorrendo na sua primeira vinda, ou no seu ministério, o
aprisionamento do diabo descrito em
Apocalipse 20:2-3.
Aqui também não parece ser a
perspectiva amilenista adequada. É interessante notar que quando amilenistas
partem da premissa de que o capítulo 20 de apocalipse é simbólico, acabam por obscurecer,
dentro do próprio sentido simbólico, qualquer ideia de sequência, ou de coesão
com eventos máximos como a crucificação, a ressurreição de Cristo e a segunda
vinda de Cristo, reduzindo muito de suas significações.
Se o milênio, segundo a visão amilenista, inicia-se com a ressurreição de Cristo, como poderia o diabo ser aprisionado
antes, por ocasião da primeira vinda de Cristo, e antes da cruz, se é
precisamente por ocasião da ressurreição de Cristo que se iniciaria o milênio
(na perspectiva amilenista)? É clarividente que os mil anos que a igreja reina
com Cristo são os mesmos mil anos em que o diabo está aprisionado. Entender
diferente é mutilar o texto bíblico, criando dois tipos de ‘mil anos’ num mesmo
contexto (capítulo 20).
Sobre a passagem de Mateus 12,
versículos 22 a 29, é certo que Cristo, para desfazer as obras do diabo, tem de
combatê-lo. Satanás, assim, não se encontra inerme, e impossibilitado de
enganar as nações, mas ao contrário, o diabo engana as nações (Ap 12.9), desde a fundação
do mundo (2 Co 11.3), ao ponto de não ser maravilha que se transfigure em anjo
de luz (2 Co 11:14).
Para que vidas sejam salvas da ação do
enganador, Jesus Cristo precisa combatê-lo, enfrentá-lo, amarrá-lo, mas só se
combate, enfrenta e amarra quem está previamente solto para agir. A ação de
Jesus Cristo é primeiramente repressiva e combativa das obras do diabo, mas em
Apocalipse 20 temos uma ação preventiva, onde o diabo é preso para não enganar mais as nações,
e não enganando para ter desfeita a sua obra por Cristo. São ideias bastante
distintas!
Estando o diabo preso, não pode
enganar, mas estando solto, engana e aprisiona vidas, sendo necessária a ação
de Cristo, e de seu poder libertador, para desfazer o engano e as cadeias. O
próprio contexto de Mateus 12:22-29 fala de um reino pertencente ao diabo (Mt
12:26), que é contrário ao reino que Cristo está implantando. O mundo jaz no
maligno (1 Jo 5:19), o seu príncipe continua a agir nos filhos da desobediência
(Ef 2:2), mas Cristo vindicará os reinos deste mundo quando a seara da colheita
estiver madura e completar-se o número dos salvos, e sem curvar-se ao diabo,
como este quis na tentação no deserto (Mt 4:1-11 e Lc 4:1-13).
O próprio Senhor Jesus enfatiza o
poder de enganar do diabo, que se possível, enganará (ou enganaria) até mesmo
os escolhidos (Mateus 24:24).
Ainda há muito a ser dito sobre assunto tão fascinante e polêmico, e por isso mesmo, outros comentários ainda deverão ser tecidos em breve.